Para a área de gestão de pessoas, fica o desafio de identificar as diferenças e utilizá-las como recurso para aprendizagem, através da troca de experiências.
O crescimento econômico do Brasil, somado aos grandes eventos que serão sediados nesta década, melhorou a imagem do país no exterior. Toda essa visibilidade atraiu tanto gigantes do mercado corporativo quanto profissionais de diversas nacionalidades, todos em busca do Eldorado verde e amarelo. Assim, podemos dizer que surgiu um novo modelo de equipe, na qual o equilíbrio na diversidade cultural poderá fazer a diferença.
Há anos o número de estrangeiros e de brasileiros repatriados nas companhias vem aumentando consideravelmente, por culpa da falta de mão de obra especializada. A afirmação pode ser comprovada por uma pesquisa da consultoria ManpowerGroup que, recentemente, apontou que no Brasil 14% das companhias têm solucionado a escassez de profissionais qualificados recrutando trabalhadores de outros países. Dados oficiais também confirmam essa tendência. De acordo com um balanço do Ministério do Trabalho e Emprego, a concessão de vistos de trabalho a estrangeiros aumentou 25,9% em 2011. Foram 70 524 profissionais estrangeiros com visto para trabalhar no país, ante 56 006 em 2010.
Nos treinamentos que realizo para grandes empresas, tenho visto cada vez mais gente da Europa. É finlandês, português e espanhol. No mercado de óleo e gás esse contingente aumentou mais do que nos outros. Faltam muitos engenheiros. O curioso é que, em diversas companhias, há um fluxo migratório de retorno também. A maioria delas está repatriando brasileiros que trabalhavam em outros países.
É claro que o aumento de funcionários estrangeiros é mais forte nas multinacionais, já que, para essas companhias, há uma cultura interna que facilita a recepção desses profissionais. Quando um estrangeiro chega, em geral fala-se inglês. A multinacional já tem esse terreno preparado para isso. Já a nacional nem sempre encontra um ambiente onde quase toda a equipe fala o idioma.
Neste novo cenário, provavelmente os gestores estão encontrando dificuldades para administrar as diferentes maneiras de agir e pensar o negócio. Porém, a diversidade deve ser vista e aceita de uma forma positiva, de modo a não provocar intolerâncias e conflitos. Nosso maior desafio na gestão de pessoas é identificar as diferenças e utilizá-las como recurso para aprendizagem, através da troca de experiências e pontos de vista, evitando assim o embate.
Vejo esse movimento de importação de mão de obra como positivo, pois cria-se uma equipe multicultural, ajudando as corporações a ganharem novos mercados e a responderem rapidamente às novas exigências globais. As organizações estão diante de uma boa oportunidade para articular ações nas quais o corpo empresarial assimile as vantagens que ideias diferentes e novas formas de execução podem gerar para a empresa.
Da mesma forma que os recursos tecnológicos avançam cada vez mais rápido no mercado de trabalho como um todo, o contato entre pessoas de diferentes culturas, civilizações e países vem aumentando significativamente no Brasil. Portanto, a dinâmica muda constantemente e da mesma forma os modelos de gestão devem acompanhar essa velocidade, utilizando novos recursos que deem suporte para as composições das equipes. E neste processo, o coaching pode ser grande aliado, tanto para o executivo quanto para a equipe já que são estimulados a ‘pensar fora da caixa’ e desfrutar dos benefícios inerentes ao multiculturalismo.
Fonte: Revista Você RH
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