segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Como a internet auxilia o processo de seleção?



Captação e retenção de talentos. Duas ações consideradas essenciais para as organizações que desejam sobreviver diante de um mercado altamente competitivo e que exige constantes inovações nos processos de gestão. Mas, como agir atrair os melhores profissionais e encantá-los? Essa é uma pergunta que deve ser respondida todos os dias pelos gestores de pessoas, afinal a humanidade já mostrou que é passível de mudanças e, dessa forma, novas necessidades surgem com o decorrer do tempo. Contudo, em um ponto a maioria dos profissionais de RH concorda: é durante o processo de seleção que se tem uma significativa oportunidade para identificar não apenas as competências técnicas, como também as comportamentais. 
"Muitas vezes, os gestores querem um super-heroi e o papel do profissional de RH é conduzir estas expectativas. O importante é conseguir captar nas entrevistas e apostar mais nos valores das pessoas que combinem com a empresa, do que nas competências técnicas. O lado técnico é mais fácil de desenvolver, já os valores são pessoais e intransferíveis", afirma Gomér Gonzaga, gerente de Gente e Gestão do Portal Minha Vida. Em entrevista concedida ao RH.com.br, ela fala sobre a captação de talentos através internet e como esse recurso facilita o processo de seleção. Mas, ela adverte que é preciso ter alguns cuidados como, por exemplo, respeito ao candidato. Confira a entrevista na íntegra e tenha uma agradável leitura!


RH.com.br - Em sua opinião, existe realmente o chamado "apagão de talentos" ou os profissionais, notadamente aqueles que assumem posições estratégicas, estão cada vez mais exigentes em relação ao perfil das organizações?
Gomér Gonzaga - Não acredito no "apagão de talentos", mas sim no mercado aquecido e na postura dos novos profissionais. Acredito que existam pessoas que são preparadas tecnicamente, mas não possuem o preparo emocional necessário. Com isso, fica cada vez mais difícil encontrar profissionais comprometidos e engajados com o mesmo propósito da empresa. Falta nos profissionais de hoje a aposta por um tempo maior nas empresas. O que realmente falta é o profissional se engajar com o propósito. No nosso caso, especificamente, hoje não podemos reclamar, pois temos um atrativo grande que é um propósito da empresa que ajuda a atrair os profissionais do mercado. A empresa, por exemplo, dobrou de tamanho em oito meses e não tivemos dificuldade alguma de encontrar talentos.


RH - Encontrar o profissional certo para determinada vaga é realmente uma missão complicada para o profissional de RH? 
Gomér Gonzaga - Hoje temos vários fatores que levam a este resultado. Primeiro porque nos deparamos com um mercado aquecido, mais demanda do que profissionais formados, profissões novas e poucos profissionais para atender a esta necessidade das empresas, exigências dos profissionais e isso, por sua vez, os fazem buscar mais conhecimento. Há também outro ponto que não podemos esquecer - o job description. Este precisa estar bem alinhado com aquilo que a vaga exige e os profissionais que existem no mercado. Muitas vezes, os gestores querem um super-heroi e o papel do profissional de Recursos Humanos é conduzir estas expectativas. O importante é conseguir captar nas entrevistas e apostar mais nos valores das pessoas que combinem com a empresa, do que nas competências técnicas. O lado técnico é mais fácil de desenvolver, já os valores são pessoais e intransferíveis. Eu sempre defendi que encontrar pessoas é igual a um casamento, os dois lados precisam estar dispostos a dar certo. A rede de relacionamento ajuda para encontrar estes profissionais, ainda mais no meio digital em que vivemos.


RH - Quais os principais fatores que contribuem para a identificação de um talento em um processo seletivo?
Gomér Gonzaga - Acredito que com o acesso à informação, pois as pessoas estão mais preparadas para as entrevistas. A entrevista por competência, por exemplo, ajuda muito a direcionar e a buscar informações que revelam se a pessoa está ou não vivenciado determinada situação, permitindo ao selecionador captar essa realidade. Atualmente, no Portal Minha Vida, fazemos com que o candidato passe por mais de uma entrevista e com áreas diferentes, para que ele conheça mais o nosso DNA e, também, para que nós tenhamos a oportunidade de identificar suas competências. Com isso, acertamos mais do que erramos. Buscar referência do candidato também ajuda, mas é claro que em mais de uma empresa.


RH - Na prática, como o RH consegue superar possíveis entraves diante de uma seleção?
Gomér Gonzaga - A prática de entrevista ajuda muito, porém há ferramentas que também auxiliam este processo como os testes, as dinâmicas, os casem e as referências. Já tivemos casos de candidato que ficamos na dúvida, mas que ao aplicarmos um case ficou nítido que a pessoa não era da área, ou não sabia fazer o que precisávamos e esperávamos dele. Aconteceu também de ficarmos na dúvida em relação a um candidato, e ao buscar referências o ponto critico foi confirmado por duas pessoas distintas. É importante lembrar que seleção é um processo, qualquer atividade analisada individualmente não faz sentido. É como montar um quebra-cabeça, ou até mesmo um processo de investigação. Todas as etapas do processo são importantes.


RH - Atualmente, observamos que há empresas que recorrem à internet para captar talentos, como é o caso do Portal Minha Vida. Por que a área de RH da empresa optou por firmar uma parceria com o LinkedIn?
Gomér Gonzaga - Quando entrei na empresa o custo com consultoria era gigante. Não existia um meio de divulgação das vagas. Então, resolvi implantar o LinkedIn como ferramenta de recrutamento, pois queríamos algo que atingisse o nosso público. A ferramenta é incrível, consigo fazer hunting, divulgar a vaga, compartilhar através das redes sociais, fazer marketing da empresa. Isso ajudou muito, para que o Minha Vida ficasse mais conhecido no mercado. Lembro que nas minhas primeiras vagas, ao falar com os candidatos, eles não conheciam a empresa. Hoje quando falo com os candidatos, eles já ouviram falar ou procuraram informação por conta da nossa página no LinkedIn. Diminui o custo com as consultorias e aumentei a visibilidade da empresa e nosso banco de talentos. Hoje 100% das nossas vagas são divulgadas no LinkedIn. Acredito que essa foi a melhor escolha para a nossa realidade.


RH - Sob o prisma da empresa, quais as vantagens trazidas por uma plataforma virtual para a captação de talentos?
Gomér Gonzaga - Diversas conforme citado acima. Ressalto ainda alguns pontos como, por exemplo: estar no meio digital, fazer contato com o candidato de forma rápida e produtiva, buscar profissionais com qualificações importantes para nós, do meio digital. Identificação do publico alvo. Divulgação da marca. Ter métricas de quantas pessoas visualizaram a vaga, quantas pessoas se candidataram. Conseguir ter um histórico do candidato, fazer anotações virtuais, entre outros.


RH - No que diz respeito aos profissionais que se candidatam aos cargos, esses também são beneficiados a partir do momento em que eles se deparam com uma captação de talentos, via internet?
Gomér Gonzaga - Acredito que sim, pela rapidez, facilidade de conhecer mais sobre a empresa. Pela facilidade de obter informação. Além disso, contamos com a facilidade da comunicação e a agilidade no processo em si.


RH - Quais os cuidados que um profissional de RH deve ter ao utilizar uma plataforma virtual para a captação de talentos?
Gomér Gonzaga - Acredito que a divulgação da vaga precisa ser atrativa, caso contrário fica mais da mesmice. Cada vez mais utilizamos uma linguagem vendedora e trazemos o profissional para a nossa realidade. A plataforma virtual é somente uma ferramenta, lembrando sempre que o candidato precisa ser tratado com muito respeito. É preciso encantá-lo e engajá-lo na realidade da empresa. E para aqueles que não possuem o perfil desejado é importante dar um retorno do processo. Outro fato relevante, é que as informações sobre a empresa e a vaga precisam estar sempre atualizadas.


RH - Para lidar com uma plataforma virtual que faça parte de um processo de seleção, o profissional de RH precisa desenvolver algumas competências?
Gomér Gonzaga - Sim, precisa. Eu destacaria como as principais: agilidade, criatividade, pró-atividade, gostar do meio virtual e sempre dar repostas rápidas.


RH - Ao localizar, via internet, um profissional que se enquadre ao perfil da área solicitante, quais as próximas etapas que nunca devem ser esquecidas nesse processo de seleção? 
Gomér Gonzaga - Primeiramente, a apresentação da empresa para quem busca uma oportunidade deve ser muito bem elaborada, pois se torna o cartão de visita para quem chega. Segundo, encantar as pessoas para que se candidatem à vaga que precisa ser preenchida. Na sequência, conseguir o contato do candidato que se adéqua às necessidades da empresa e ter rapidez para agendar o processo.


Fonte: RH

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