terça-feira, 29 de setembro de 2009

Por que algumas pessoas insistem em cometer os mesmos erros?

Por Flávia Furlan Nunes - InfoMoney

Erros fazem parte do processo de evolução do ser humano, inclusive no âmbito profissional. O problema é que muitas pessoas não conseguem reconhecer isso.Elas deixam de enxergar que estão cometendo erros e, pior do que isso, sempre os mesmo erros, prejudicando o trabalho alheio. De acordo com a psicóloga e psicoterapeuta, Clarice Barbosa, a pessoa faz isso de forma inconsciente."Existem pessoas que não assumem erros, sempre têm respostas prontas e colocam o erro nos outros. Elas lidam com o erro se justificando. Normalmente, são pessoas resistentes a mudanças e que têm dificuldade em assumir falhas. Na infância, eram muito protegidas pela família", explicou a psicoterapeuta.Elas são diferentes daquelas pessoas que, quando erram, enxergam pontos em que precisam melhorar. Ao contrário disso, o erro traz para elas o sentimento de incapacidade.Problemas com a equipeÉ fácil reconhecer essa pessoa no ambiente de trabalho. Se você ainda não se deparou com alguém com este perfil, certamente já ouviu alguém reclamar desse tipo de atitude, principalmente os colegas sem paciência. Esse tipo de profissional sempre erra e, pior do que isso, por mais que você explique inúmeras vezes, não consegue acertar!Clarice disse que é função da equipe, se esta observar que está sendo prejudicada, mobilizar-se para fazer algo em relação ao colega.Isso porque, por mais que essa pessoa que erra a mesma coisa várias vezes tenha sua carreira cheia de surpresas desagradáveis, ela não percebe a gravidade do que ocorre. "Ela só vai buscar ajuda quando tiver um prejuízo maior, porque ela só vai trazer para a consciência dela que está tendo esse comportamento quando for muito prejudicada", detalhou Clarice.A psicoterapeuta explicou que existem "erros e erros", e que tanto o líder quanto o responsável pelo RH (Recursos Humanos) devem ficar de olho nisso. O fato de que se aprende com o tempo deve ser considerado, mas com limites.Pode chegar à liderançaDe acordo com Clarice, se essa pessoa que erra muito é protegida, ela continuará na empresa mesmo cometendo equívocos e, pior do que isso, poderá chegar ao cargo de liderança."Fica difícil o relacionamento na empresa, já que o líder não vai ter a credibilidade da equipe. Sempre existirão pessoas saindo, porque o líder vai colocar a culpa dos erros nos outros. As coisas ficam 'empacadas', a equipe não tem resultados e não se estimula", disse.Será despreparo ou falta de talento?Uma pessoa que erra muito, de acordo com Clarice, também pode ser alguém despreparado para assumir a função em que está. Pode ser que não tenha aprendido o suficiente para estar no posto. Neste caso, a solução para a empresa, se quer contar com o profissional, é ajudá-lo a se aprimorar."É falta de preparo, então vamos fazer cursos! Isso não é proteger", disse a psicoterapeuta, para quem a proteção seria deixar o profissional na empresa, sem agir de forma proativa para sua evolução.Outra explicação para a incidência dos mesmos erros pode ser a falta de talento para o trabalho em questão. A pessoa pode estar no lugar errada e o que lhe é exigido pode ir além do que ela consegue fazer.Déficit de atençãoUma pessoa pode errar com frequência também pelo fato de ter um distúrbio de déficit de atenção. Por ter uma concentração menor naquilo que está fazendo, existe uma chance maior de errar, o que reduz a eficiência desse profissional. "O transtorno precisa ser diagnosticado por um médico, que apontará o tratamento necessário".Para tirar a dúvida se a pessoa erra mesmo por conta de seu perfil psicológico ou por um distúrbio de déficit de atenção, as seguintes perguntas devem ser feitas:
Qual o comportamento da pessoa quando avisada do erro? Se nega, culpa os outros ou dá desculpas, pode ser problema de perfil psicológico.
Quando há um projeto complexo, ela fica dispersa? Isso pode identificar déficit de atenção.
É uma pessoa que começa e não termina as atividades? Este é outro sinal do déficit de atenção.



Fonte: http://www.administradores.com.br/noticias/por_que_algumas_pessoas_insistem_em_cometer_os_mesmos_erros/26327/

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Caiu no esquecimento? Veja o que alguns profissionais recebem pouca atenção.

O diretor de Recursos Humanos de uma grande empresa queixa-se de falta de motivação. Ele conta que todos os gestores da organização são convidados a participar de reuniões, com exceção dele. Como se não bastasse, o presidente costuma chamar para o almoço apenas os diretores de TI (Tecnologia da Informação), Finanças e Vendas.Quando ele pensa que algo está errado, recebe o seguinte feedback do presidente: "O projeto estava ótimo, não tenho o que falar!".Situações como a descrita não surpreendem. "O que percebo, atualmente, é que os gestores são cada vez mais cobrados e pressionados, de maneira que acabam muito focados em determinados projetos ou tarefas, esquecendo de olhar o todo. Logo, eles não direcionam o colaborador nem redirecionam", explica o especialista em Recrutamento da Robert Half, Fabiano Kawano.Outras razõesNa realidade, existem inúmeros motivos para que alguém acabe no esquecimento. "Às vezes, é o próprio perfil do gestor, menos comunicativo. Outros simplesmente não procuram entender as preocupações de seus subordinados. Há ainda o caso de gestores que se sentem ameaçados e não dar atenção é a forma que encontraram de 'boicotar' o profissional", analisa.Existem ainda outras duas hipóteses. Na primeira, o gestor não entende de determinado assunto, de forma que não consegue agregar ao trabalho. Por exemplo, um profissional de Marketing é promovido a líder de toda uma unidade, de uma empresa formada basicamente por engenheiros, que são profissionais extremamente especializados. É natural que ele tenha dificuldade de ajudar e dar feedback a seus subordinados, porque falta o conhecimento técnico.É possível ainda que o gestor esteja minimizando a importância de determinado projeto ou área da empresa. Voltando ao início desta reportagem, no exemplo citado, entre todos os diretores, o gestor de RH era o único que não recebia a mesma dose de atenção, o que pode ter sido causado pela falta de conhecimento do presidente quanto à importância da área de Recursos Humanos.O problema é a falta de motivação que isso causa. Além disso, segundo o especialista da Robert Half, ficar duas semanas sem direcionamento algum pode ser um "tiro no pé", em qualquer segmento de atuação.O que fazerSe você se sente de escanteio no ambiente de trabalho e, ultimamente, não tem recebido nem mesmo críticas, no lugar de se sentir desmotivado, adote uma postura proativa e tente alinhar suas expectativas às da empresa. "No momento em que o gestor atribuir alguma tarefa ou projeto, peça para que esclareça o que ele quer que seja feito, como, os objetivos, e também que estabeleça os resultados mensuráveis esperados e datas para feedback", recomenda Kawano."Se o projeto vai ficar pronto na segunda-feira, pergunte ao gestor: quando você poderia conversar sobre os resultados, na terça ou na quarta? Essa técnica dá uma falsa noção ao interlocutor de que está no comando."

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Contratação errada, quanto custa?


Como advogado atuante no setor empresarial, faço contatos diários com todos os ramos: indústria, comércio e prestação de serviços - este último meu ramo de atuação. Em nosso dia a dia, em qualquer uma destas áreas, nos encontramos sempre em constante mutação, buscando o aperfeiçoamento e o sucesso de nosso negócio. E a questão da contratação de funcionários em qualquer escalão, principalmente de uns tempos pra cá, é um assunto instigante e por vezes desconhecido.

Há algum tempo li um texto em inglês que me fez refletir bastante sobre determinados aspectos da contratação e o que faço aqui é seguir uma livre tradução deste texto, na tentativa de refletir sobre os dilemas que encontramos no nosso dia a dia de empresários. Deixo de citar a autoria uma vez que o texto não indicava autor, o que inclusive me propiciou a possibilidade de uma interpretação mais livre.

Todo empresário busca sempre as melhores armas na hora de contratar. Um empresário de San Diego (USA), por exemplo, costuma terminar sua seleção de candidatos da seguinte forma: quando atinge o número mínimo de dois ou três candidatos, os leva para jantar em um restaurante de um amigo, onde um garçom já está previamente instruído a confundir os pedidos dos candidatos. Se eles pedem um filé bem passado, o garçom traz um filé mal passado. A partir daí, o empresário começa a observar as reações deles.

Dependendo do modo como o candidato reclama, o empresário avalia se isso pode ser um indicativo de um sujeito agressivo ou insistente dentro da companhia. Caso não reclame, o empresário pergunta a ele como esta sua refeição: se ele disser que esta ótima, corre-se o risco de contratar um sujeito muito acomodado, que não trará grande contribuição à empresa, buscando apenas um lugar para aninhar-se. A certa altura o empresário pode perguntar ao candidato algo como: “Achei que havia pedido bem passado e notei que lhe trouxeram um filé mal passado”. Se a resposta for “Normalmente eu iria reclamar, mas estou aqui pelo emprego e não pela comida”, o empresário pode estar diante de uma pessoa cujo grau de discernimento o coloca numa posição de dianteira na disputa.

Dizem que Bill Gates também tem seus truques na hora de contratar. Independentemente de o candidato possuir um excelente currículo ou referências fantásticas ou mesmo muita experiência na área, é na entrevista que Gates define suas contratações. Muitas vezes se utilizando o estratagema de formular perguntas sem muito nexo como: “Qual a quantidade de grama artificial que existe na América do Norte?”. A resposta do candidato determinará seu futuro na contratação. Bill Gates não espera dele uma resposta correta, mas observa com atenção a maneira como o candidato constrói o processo de resposta.

Vários são os truques e as técnicas para contratação e cada empresário no transcorrer do tempo adquire as suas. Porém, a regra básica da contratação é A contratação da pessoa errada lhe custará três vezes o salário anual dela. Um funcionário que custa a empresa R$ 50 mil reais por ano, se não for à pessoa certa lhe acarretará o custo de R$150 mil reais por ano. E nisso incluímos não só os eventuais custos rescisórios, mas a constatação de que a pessoa errada lhe causará perdas de oportunidade, negócios, clientes novos e antigos, e some-se a isso o custo de buscar um substituto.

Estudos demonstram que a maioria das companhias tem dificuldade em encontrar as pessoas certas para os cargos necessários por que cometem três erros comuns: 1º contratam indivíduos pelo que eles sabem e os demitem pelo que eles são; 2º contratam rapidamente e demitem vagarosamente; 3º e principal motivo pelo qual as empresas contratam de forma errada é porque baseiam suas contratações em experiência prévia. Experiência prévia é apenas um dos mais pobres indicadores de performance futura.

A melhor forma de contratar é tomar como base as características comportamentais: o que as motiva?; Como elas tomam suas decisões?; Como interagem com outros indivíduos do mesmo grupo?

Ross Perot, um grande empresário americano, quando buscava gerentes para sua empresa de “data systems” contratava pessoas cuja formação era de professores - mesmo que nada soubessem sobre “data systems”. Perot e Gates sabem que pessoas podem desenvolver novas habilidades e aprender e reter novas informações, mas dificilmente irão adquirir novas características de comportamento. E essa regra serve para qualquer tipo de trabalho, independente do fato de o empresário estar procurando um vendedor, engenheiro, CEO ou secretária. Cada trabalho possui seu próprio conjunto de traços comportamentais requeridos para que sejam bem executados.

Em suma, a contratação correta não deve levar em consideração somente aspectos como inteligência, conhecimento, personalidade ou educação. Há sim uma correlação estreita com o fato de como o contratado é como pessoa, como age instintivamente e como toma suas decisões em cada momento. Os traços de comportamento podem ser medidos por quatro principais categorias:

1- Motivação – O que motiva uma pessoa?

2- Capacidade de Raciocínio – Alguns trabalhos requerem pessoas que agem de maneira lenta e após pensarem muito sobre um assunto, outros decisões rápidas baseadas em informações mínimas.

3- “Modo Operante” – Como a pessoa desenvolve seu trabalho? Existem trabalhos que requerem individualistas, outros com a capacidade de trabalho em grupo. Alguns trabalhos são atraentes para pessoas que gostam de variações, enquanto outras pessoas são atraídas pela rotina.

4- Interação – Alguns trabalhos exigem características de confrontação, outros requerem pessoas acomodadas.

A verdade é que quando se fala em traços de comportamento não existe certo ou errado. Existem sim preferências naturais.

E o fato mais interessante. Por exemplo, estudos realizados entre os dez melhores vendedores de uma empresa chegaram a conclusão de que 90% deles possuíam as mesmas características de comportamento. E isso se repetiu em estudos posteriores com os mais diversos tipos de trabalho. Ou seja, as pessoas que se destacam nos seus respectivos ramos possuem, na sua maioria, características comportamentais semelhantes.

Portanto, na hora da contratação, cada um deve buscar suas ferramentas para que possam analisar e escolher seus candidatos da melhor forma, e assim atingir o sucesso de seu negócio. Isso sem falar na economia de dinheiro, que em tempos de crise conta e muito!