segunda-feira, 30 de julho de 2012

Terceirização cresce na onda da Copa


Com movimentação de R$ 70 bilhões e mais de 32 mil empresas do setor, nomes como Adapta, Tivit e GS já procuram fatia do mercado

Otimizar o tempo e reduzir os custos. Estas são as premissas das empresas brasileiras nos últimos anos. Para atingir este objetivo, uma das estratégias adotadas vem sendo a terceirização do modelo de trabalho que deverá puxar o setor até a Olimpíada de 2016 com incremento de até 30% de profissionais. De acordo com dados da Associação Brasileira das Empresas de Serviços Terceirizáveis e de Trabalho Temporário (Asserttem), o faturamento do setor saltou 11% e movimentou R$ 70 bilhões em 2011.

Atualmente, o Brasil conta com pelo menos 32.580 empresas prestadoras de serviço, e os números deverão se multiplicar com a proximidade de eventos como a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016.

“Vivemos um momento delicado para terceirização, porque o número de trabalhadores desta categoria deverá saltar amplamente para a Copa do Mundo. Esse crescimento, no entanto, precisa ser avaliado com calma para que não seja prejudicial ao prestador e serviços”, diz Jorge Antônio Guimarães, consultor de Recursos Humanos e professor da Universidade Federal de Alfenas.

Entre os setores mais cotados para esse boom, estão os de controladores de acessos, especialistas em manutenção e limpeza, além de recursos humanos, tecnologia e construção civil. “Há uma demanda de oportunidades de negócios muito grande, e as empresas que oferecem esse serviço já perceberam a oportunidade”, completa o acadêmico.

Guimarães lembra ainda que a discussão para controle já está em âmbito federal. “Já tramitam na câmara projetos de lei para remunerar melhor essa classe, e isso deverá ser resolvido ainda este ano”, detalhou. 

Exemplo disso, a Adapta, que oferece serviços de alta tecnologia e gestão de pessoas, espera crescer 30% este ano e superar os R$ 25 milhões faturados em 2011. E um dos motes desse crescimento será a terceirização de Recursos Humanos. 

Vagner Santana, gerente de Desenvolvimento da Adapta, anunciou investimentos no mercado de terceirização para seus mais de 400 clientes, uma solução que otimiza o tempo das ações de RH em cerca de 40%. “Ao optar pela terceirização dos processos de RH, o profissional da área passa a ter mais tempo hábil para atuar no alinhamento estratégico da retenção de talentos e assim contribui na obtenção do sucesso nos negócios”, diz.

Logística

Outro setor que cresce apoiado na alta dos terceirizados é o de logística. Com previsão de um faturamento de até R$ 450 milhões em 2012, alta de quase 9% ante a 2011, o setor também conta com grande apoio dos prestadores de serviços. “Com essa mudança estrutural no quadro de funcionários, as empresas estão identificando a possibilidade de se concentrar mais em seus negócios e passaram a terceirizar serviços como armazenagem, estoque, planejamento de demanda e processamento de pedidos”, diz.

Outro fator que impulsiona a contratação de terceiros está ligado ao crescimento exponencial do comércio eletrônico no País. “Temos na logística um exemplo concreto da necessidade. Com a preocupação de entregar os mais diversos produtos em todas as regiões brasileiras, as transportadoras optam por terceirizar serviços de entrega em estados mais afastados”, completa o professor.

Além do comércio eletrônico, outro fator que poderá ser crucial para a terceirização desse segmento é implementação da logística reversa, que se tornou lei no País no inicio do ano com o Plano Nacional de Resíduos Sólidos. “A necessidade de se pensar no caminho de entrega e no retorno de material impulsionará o setor.”

Outras oportunidades

E quando o assunto é infraestrutura de tecnologia e novas ferramentas o mercado também se mostra aberto para terceirização. Quem aproveita o bom momento é a Tivit, que oferece soluções tecnológicas para clientes de diversas áreas de atuação.

Quem puxa essa alta, de acordo com Fabiano Agante Droguetti, diretor de Tecnologia e Soluções da Tivit, é o setor bancário.

Entre os projetos da empresa, está o serviço de débito direto autorizado (DDA), que cresceu no País no último ano. A próxima novidade lançada pela empresa será o processamento de títulos de crédito. “Apesar da incerteza econômica no final do ano passado, vimos que a crise está direcionando investimentos para o Brasil, porque há potencial enorme por aqui”, avalia.


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