Nunca antes se discutiu tanto a relação entre empresários e seus colaboradores como agora. A gestão de recursos humanos está empenhada como nunca em tornar a relação entre donos e funcionários a mais amigável possível, além de buscar a construção de estratégias e afinidade entre todos os que contribuem para que as empresas prosperem e possam atender os seus principais objetivos.Contudo, na prática isso tem sido realidade apenas em parte das empresas, talvez até uma minoria, e ainda há muitos empresários que não fazem a mínima ideia da importância que o setor de recursos humanos possui, muito menos a real contribuição que pode dar para a sua empresa.Certo disso é que basta fazer uma pequena vistoria às empresas de sua cidade. Convido o leitor a visitar um bom número de empresas. Mas procure pelas principais, que normalmente são mais organizadas e possuem uma estrutura de gestão mais profissionalizada.Experimente identificar o gerente de recursos humanos e vai ter uma surpresa ao perceber que a maioria das empresas, algumas faturando na casa dos milhões, não possui responsáveis por essas áreas. Uma parcela significativa ainda confunde Recursos Humanos com Departamento Pessoal, sem falar naquelas onde ninguém na empresa sabe quem é o responsável pelo setor. Fazem cara de espanto quando são perguntados.Em alguns setores essa realidade é mais gritante. No comércio de um modo geral a área não é prioridade e poucas empresas apoiam seus colaboradores para melhorar a sua capacitação, sem considerar aquelas que apenas apoiam mas não vinculam as iniciativas às suas necessidades.A indústria vem se destacando e percebendo que apoiar os colaboradores na sua capacitação, estreitar relações e melhorar a interação é questão fundamental para aperfeiçoar a performance e solidificar o seu desempenho. Vem seguido pelo agronegócio que durante muito tempo foi visto como um setor atrasado, e onde a relação era de patrão e empregado.Hoje é um dos setores que melhor combina lucratividade com ganhos variáveis. Acabou atraindo bons profissionais e os recursos humanos têm ocupado papel preponderante em boa parte das discussões de planejamento. Ainda está longe do ideal, mas avançou muito. Talvez por se tratar de atividades que requerem um bom tempo de preparo para que os colaboradores sejam treinados e adaptados a realidade das empresas.Mas, embora os avanços tenham sido em todos os setores ainda persiste em muitas empresas uma relação hierárquica autocrática entre os gestores e seus colaboradores o que normalmente sobrepõe a confiança técnica, gerando pressão velada sobre os funcionários.Um exemplo disso é a visível fobia do celular. Tem funcionário que se estressa só do telefone tocar. Se for o patrão então, o desconforto e a instabilidade são aparentes.Os ringstones, como são chamados os toques de celular que podem ser baixados pela internet atendem todas as tendências e modismos do momento. Um dia desses vi o celular de um colaborador tocar uma música que começava mais ou menos assim: olha o probrema (assim mesmo, com r)…olha o probrema…atende aí…Fiquei imaginando, de quem seria a ligação. Não deu outra, o dono da empresa. Como conheço as duas peças, a que ligou e a que recebeu a ligação, e sei que se relacionam bem, fiquei imaginando que para alguém fazer isso só poderia ser alguma mania do empresário.A verdade é que ainda persiste no meio de alguns setores essa falta de sensibilidade entre as partes. Os donos se dão ao luxo de exigir conexão em tempo real dos seus colaboradores. Mantém o mau hábito de ligar para os colaboradores nas horas mais impróprias: no almoço, bem cedo, de madrugada, ou ainda tarde da noite.E mais, normalmente só ligam para reclamar, corrigir ou acrescentar algo ao trabalho. São raros os casos em que o dono liga para o celular de um funcionário para elogiar, dar uma boa notícia ou mesmo convidar para uma confraternização. É só problema.
Por: (*) Eleri Hamer escreve na coluna do diariotaubate.com.br É Diretor de Relações com o Mercado do IBG, professor e palestrante – elerihamer@portalibg.com.br
segunda-feira, 22 de março de 2010
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