Para especialistas, o profissional deve entender quais seus interesses e a situação atual do setor
Escolher uma carreira entre tantas opções já não é uma tarefa fácil. Mas, as dificuldades não param por aí. Um administrador de empresas, um engenheiro, um economista, por exemplo, depois de formados podem atuar em empresas de diversos setores.
Construção, transporte, consumo, financeiro, petróleo, telecomunicações e tecnologia da informação são algumas das opções. Como, então, optar por um ou outro setor? De acordo com especialistas, há diversos elementos a serem analisados para se chegar a uma conclusão, entre eles, a sua identificação com o setor e a sustentabilidade que ele apresenta.
Na prática, antes de mais nada, o jovem profissional deve fazer uma autoanálise, com o objetivo de levantar quais são os elementos que o motiva. A ideia é responder a seguinte pergunta: que natureza de trabalho é mais atraente para você?
Avaliando os setores
Mas a tarefa não termina aí. De acordo com a diretora de transição de carreira da Right Management, Matilde Berna, mais do que identificar se gosta ou não do campo, o profissional também tem que avaliar o mercado de uma forma geral, tentando observar qual a situação dos setores que ele escolheu. Ou seja, é um setor que deverá apresentar uma boa performance no curto, médio e longo prazo?
Matilde cita, por exemplo, o setor têxtil. Há 30 anos era um campo altamente atrativo, porém, com a maciça entrada de produtos chineses, com preços extremamente competitivos, o setor perdeu muito da sua relevância. O próprio setor de Telecom, que foi a grande estrela da vez no início dos anos 2000, por conta das novidades em telefonia móvel, hoje não é o setor que domina o mercado.
É claro que o jovem pode afirmar que não tem condições de avaliar até que ponto um setor tem ou não futuro. Porém, “embora avaliar o mercado não seja fácil, isso não é motivo para deixar de avaliá-lo”, analisa Matilde. Na própria faculdade, o estudante tem contato com professores e pesquisas que podem ajudar nesse sentido.
Oportunidades
Outro passo é observar o quanto o setor é extenso ou limitado, em relação ao mercado de trabalho. Se o jovem deseja, por exemplo, atuar no segmento de aviação, ele deve ter consciência que este campo é altamente restrito, e, consequentemente, “você vai ter que ser altamente competitivo, para não correr o risco de ficar sem opção”, avalia Matilde.
Por outro lado, se desejar atuar no setor de consumo, o número de oportunidades é muito maior, haja vista o imenso número de empresas nacionais e multinacionais atuantes nesse setor.
É importante também entender como o setor funciona. Química pesada, por exemplo, é um setor que atua no meio de uma cadeia de produção muito extensa. Logo, se o profissional se sente motivado ao ver o produto da empresa em que trabalha nas prateleiras do supermercado, talvez não seja uma boa opção.
O que você admira?
Por fim, vale pontuar a questão da admiração. Muitos jovens admiram empresas como Google, Apple, AmBev e Natura, por exemplo, empresas que, inclusive, lideraram os rankings de organizações que causam ótimas impressões nos jovens.
Se, por um lado, é importante admirar a empresa em que você trabalha, pois “quando você se sente assim, você trabalha mais motivado”, conforme explica a sócia diretora da MB Coaching, Marcela Buttazzi, por outro, é preciso entender de onde vem essa motivação.
Muitos jovens admiram uma ou outra empresa baseados em suas marcas e não necessariamente pelas questões estruturais da organização, o que pode gerar grande frustração. Uma coisa é gostar do produto, outra, bem diferente, é ser o empregado da empresa que o produz.
As empresas podem muito bem ter uma marca atraente no mercado, mas ter sérios problemas de gestão. E, além disso, a marca diz muito pouco de como a empresa atua. Na Google, por exemplo, é um ambiente onde se valoriza muito a criatividade e a inovação, ou seja, tem muita exigência nesse sentido, que se não for de interesse do jovem, ele pode não se adaptar.
Para saber das questões estruturais internas da empresa, vale a pena contar com a internet. Matilde explica que as redes sociais, por exemplo, são excelentes ferramentas nesse sentido, já que permitem entrar em contato com profissionais de diversas empresas, que podem disponibilizar as informações que você precisa.
Fonte: Administradores
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