Competência relacional, habilidade de comunicação, criatividade e visão estratégica são competências que, para serem desenvolvidas, o profissional necessitará fazer um investimento além da faculdade, afirma especialista
Em uma época em que atrair talentos e contratar os profissionais certos para cada posição são partes essenciais na estratégia de negócios das organizações, o profissional que atua com Recrutamento e Seleção ganha cada vez mais importância. Conhecer o mercado em que a empresa atua e a história da organização onde trabalha são premissas para este profissional alcançar sucesso nesta função.
Na área de Recursos Humanos não existe uma formação específica para a atividade, mas o profissional formado em cursos como psicologia, administração e pedagogia acabam desenvolvendo habilidades e conhecimentos mais específicos para tal. "Ele deve ter uma excelente capacidade de observação e percepção para reconhecer os candidatos que poderão corresponder às expectativas inerentes à posição em determinado contexto. Outras competências especialmente importantes são a criatividade e senso de oportunidade. É a capacidade de reconhecer no mercado profissional chances para captar o melhor candidato e a condição para criar meios inovadores que possam chamar a atenção dos profissionais mais adequados às suas necessidades", explica Isabel Doval, diretora de Educação da Sociedade Brasileira de Dinâmicas de Grupo (SBDG).
O Recrutamento e Seleção mistura dois aspectos importantes: o comportamental e o técnico. Todo o conhecimento que o indivíduo possa absorver sobre cargos, salários e competências dos selecionados devem ser atualizados ao longo do tempo. Em termos de comportamento, um bom recrutador é uma pessoa que tem capacidade de ouvir o próximo, de percepção e compreensão nas entrelinhas do que o candidato demonstra. É importante também ter conhecimento organizacional – como as empresas funcionam e como a cultura corporativa acontece. "A pessoa precisa entender bastante sobre carreira, pois, muitas vezes, os colaboradores não dão certo na organização não porque foram contratados de maneira errada, mas porque, depois de um tempo, aquela posição não faz mais sentido na trajetória profissional", conta Elaine Saad, vice-presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-Nacional).
O recrutador deve determinar quais são os recursos que irá usar para cada seleção. Então, dependendo da posição e do nível hierárquico que está avaliando, ele pode utilizar, por exemplo, entrevistas, dinâmicas ou testes. De acordo com Elaine, o profissional de recrutamento funciona como uma agência de matrimônio: "deve apresentar os candidatos, que são os noivos, para as noivas, que são as empresas. Esta decisão de contratar deve passar sempre pelo solicitante da vaga, pois é muito perigoso o recrutador decidir esta ação. É a área que deve aliar o conhecimento técnico".
Para o recrutador, não existe nada que substitua a prática. A percepção do profissional fica acurada com o tempo, pois é uma atividade que lida com pessoas. Existe o conceitual e a técnica que são ensinadas nas faculdades, mas as atividades do dia a dia são insubstituíveis. "As instituições de ensino formais oferecem preparo no que diz respeito ao conhecimento de técnicas e a fundamentação para utilizá-las. Competência relacional, habilidade de comunicação, criatividade e visão estratégica são competências que, para serem desenvolvidas, o profissional necessitará fazer um investimento além da faculdade", indica Isabel Doval.
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