Daiane dos Santos vai se aposentar, mas ainda não sabe bem o que vai fazer depois. Confira que rumo tomaram alguns ex-atletas olímpicos
Daiane dos Santos, ginasta ainda desempregada
Maior ginasta brasileira, Daiane dos Santos anunciou que vai se aposentar. A notícia veio logo após a eliminação, ainda na fase classificatória, em Londres. A Olimpíada deste ano foi a terceira da carreira da ginasta de 29 anos.
Campeã mundial em 2003, ela chegou à Atenas, no ano seguinte, como uma das favoritas ao ouro no solo, mas um pé fora do tablado acabou lhe rendendo a quinta posição. Nos Jogos de Pequim, em 2008, foi às finais por equipe e no solo, mas não conquistou o pódio.
Após a participação em Londres, e do fim do contrato com o clube Pinheiros, que ocorre no fim deste ano, a ginasta promete colocar "desempregada" no currículo. Diz pretender trabalhar com esporte, mas ainda não sabe bem como.
O momento de transição vivido pela ginasta é um dilema comum de atletas, já que a carreira é curta. Confira os rumos tomados por alguns ex-atletas olímpicos:
Fabíola Molina, nadadora brasileira e dona de grife de moda aquática
Com participação nas Olimpíadas de Sidney, em 2000, e de Pequim, em 2008, a nadadora Fabíola Molina se despediu da natação nos Jogos de Londres. A atleta, de 37 anos, começou a definir um plano de carreira bem antes do anúncio de aposentadoria.
Desde 2004, mantém, com a ajuda da mãe uma grife de moda esportiva e de praia que mantém desde 2004. Hoje as peças produzidas em São José dos Campos (SP) são exportadas para mais de 20 países.
Luiz Mattar, ex-tenista e CEO
Em 10 anos como tenista profissional Luiz Mattar chegou a ser 29º no ranking da ATP em 1989, a quinta melhor classificação alcançada por um brasileiro. Além disso, foi eleito seis vezes o melhor brasileiro no ranking.
Entrou no circuito mundial aos 22 anos e participou de duas Olímpiadas, sem, no entanto, garantir medalhas: Seul em 1988 e Barcelona em 1992.
Ao se aposentar das quadras, aos 32 anos, começou a se dedicar à carreira de empresário, profissão de seu pai Fuad Mattar. Sua primeira aposta foi uma cervejaria e casa de entretenimento: Dado Bier. Em 1999, criou uma companhia de call center focada em atendimento a clientes de comércio eletrônico: a Telefutura.
Diversificou clientes e a atuação da empresa. Seu sucesso atraiu as atenções. A Votorantim Novos Negócios, braço do grupo Votorantim, comprou 20% de participação em 2001.
Em 2007, a Telefutura se uniu à TVIT, que pertencia ao grupo Votorantim. Em 2010, o fundo de participações em empresas americano Apax Partners comprou 54% da TVIT em uma transação bilionária. Mas Luiz Mattar continuou no comando na empresa e até hoje é o CEO da empresa.
André Gerdau Johanpeter, do hipismo para o cargo de CEO
Com duas medalhas de bronze no currículo, nas Olímpiadas de Atlanta (1996) e de Sidney (2000), em saltos por equipes, André Gerdau Joahnpeter foi um dos cavaleiros de ponta do hipismo brasileiro. E, desde 2007, o ex-cavaleiro é o CEO do Grupo Gerdau, gigante da siderurgia.
O hipismo e a carreira de empresário caminharam juntos e são heranças de família. O pai, Jorge Gerdau, presidente do grupo até 2007, começou a criar cavalos ainda na década de 1980. Como empresário, ficou conhecido como o rei do aço.
Formado em administração de empresas, o atual CEO da Gerdau fez cursos de especialização no Canadá e na Inglaterra. Começou a trabalhar na Gerdau há cerca de 30 anos. Entre 2002 e 2006, ficou à frente da Gerdau Ameristeel, o braço americano da companhia. Um ano mais tarde assumiu o comando do grupo, posto que ocupa até hoje.
Fernando Telles, o atleta engenheiro
O atleta de salto ornamental participou de duas Olimpíadas: em Melbourne, na Austrália, em 1956 e em Roma, em 1960. Após os jogos de Roma, formado em educação física, resolveu estudar engenharia civil. A área o interessava e já tinha um diploma de técnico em engenharia eletrônica.
Como engenheiro civil conseguiu agregar o esporte à sua carreira e se focou em arquitetura esportiva. Costumar dar consultorias principalmente em projetos de esportes aquáticos. Atualmente, o ex- atleta olímpico tem outro desafio: vai ajudar nas obras para as Olimpíadas do Rio 2016 e tem uma empresa de comércio exterior, que a sua filha gerencia.
Aurélio Miguel, o judoca deputado
O ex - judoca começou a lutar aos 4 anos, colecionou vitórias, e se tornou um dos maiores ídolos do judô brasileiro. Ao longo da carreira foram 15 títulos, em campeonatos nacionais e internacionais, e duas medalhas olímpicas.
Foi medalha de ouro nos jogos de Seul em 1988 e bronze em Atlanta, em 1996. Apenas não conquistou medalha em 1992, nas Olimpíadas de Barcelona, por problemas no ombro esquerdo. Em 2001, se aposentou do esporte e partiu para a vida política.
Foi candidato a deputado federal em 2002 pelo PPS, mas não foi eleito. Dois anos mais tarde, inscrito pelo PR garantiu uma cadeira na Câmara Municipal de São Paulo, com mais de 38 mil votos.
Foi reeleito em 2008, com 50 mil votos. Neste ano vai tentar mais uma reeleição. Desde 2002 mantém também o Instituto Aurélio Miguel, uma ONG voltada à inserção social por meio do esporte.
Gustavo Borges, nadador empresário palestrante
O maior nome da natação brasileira, quatro vezes recordista mundial, participou de quatro Olimpíadas. Em 1992, ganhou a medalha de prata nos 100m livre, nos Jogos de Barcelona. Em Atlanta, quatro anos mais tarde, garantiu a prata nos 200m livre e o bronze nos 100m livre.
Nas Olímpiadas de Sidney, em 2000, foi medalha no revezamento 4x100m. Além das medalhas olímpicas, Gustavo Borges ainda conquistou 10 medalhas em Jogos Pan-Americanos e outras 31 em Copas do Mundo.
A aposentadoria como atleta veio após as Olimpíadas de Atenas, em 2004, quando nadou o revezamento 4x100m, e não chegou à final. Fora das piscinas já havia começado a investir na carreira de empresário.
Junto com o Renato Ramalho, inaugurou a primeira academia Gustavo Borges, em Curitiba, no ano de 2002. A partir de 2004, desenvolveu e
começou a vender um método de ensino de natação, chamado de metodologia Gustavo Borges e que hoje é seguido por mais 30 mil alunos em estabelecimentos licenciados.
Também viaja pelo Brasil promovendo a palestra motivacional "Atitude de Campeão", para executivos. Atualmente a academia Gustavo Borges tem três unidades em Curitiba (PR), além de Londrina (PR) e em São Paulo.
Romário, jogador de futebol e político
O Baixinho é considerado um dos maiores jogadores de futebol de todos os tempos. No Brasil jogou em clubes como Vasco, Flamengo e Fluminense. No exterior fez parte do PSV, Barcelona, Valência, entre outros.
Ídolo da seleção brasileira, começou a jogar na equipe desde as categorias de base. Com a seleção olímpica conquistou a medalha de prata em Seul, em 1988.
Em 1994, foi uma das figuras centrais do tetracampeonato na Copa do Mundo, disputada nos Estados Unidos. No mesmo ano foi eleito pela Fifa o melhor jogador do mundo.
Como atacante marcou mais de mil gols até 2007. No ano seguinte, anunciou que estava pendurando as chuteiras. Em 2009 mudou de ideia e voltou aos gramados pelo América -RJ.
Nesse mesmo ano, a transição de carreira já se anunciava com a filiação ao PSB, do Rio de Janeiro. Eleito deputado federal em 2010, Romário teve mais 146 mil votos. Sua atuação parlamentar é marcada pela fiscalização dos preparativos da Copa do Mundo
Tande, jogador de vôlei e apresentador
Parte da geração de outo do vôlei brasileiro, Alenxandre Ramos Samuel, o Tande participou de três Jogos Olímpicos. Em Barcelona, ponto alto da sua carreira de atleta, foi fundamental para a conquista da medalha de ouro.
Em 1996, nas Olímpiadas de Atlanta a seleção brasileira ficou em quinto lugar. Nos Jogos de Sidney (2000) o Brasil também não chegou ao pódio, ficando em sexto na classificação geral.
Depois das Olímpiadas de Atlanta também começou a colecionar vitórias na areia. A aposentadoria veio em 2004, quando começou a integrar a equipe da TV Globo como comentarista de vôlei.
A participação na televisão deu certo e Tande, em 2011, estreou como apresentador do programa esportivo Corujão do Esporte, na mesma emissora. No mesmo ano, começou a apresentar o Esporte Espetacular. Desde fevereiro se dedica apenas ao programa dominical da TV Globo