As diversas e atraentes ofertas no mercado fazem muitas vezes as empresas perderem seus profissionais mais talentosos. E isso tem tirado o sono das lideranças e, principalmente, da área de RH
As grandes empresas são formadas por profissionais competentes, mas que no fundo são seres humanos movidos a vontades, desejos e sonhos. E são estas pessoas que constroem, fortalecem e fazem as grandes companhias crescerem e se desenvolverem. Porém, as diversas e atraentes ofertas no mercado fazem muitas vezes as empresas perderem seus profissionais mais talentosos. E isso tem tirado o sono das lideranças e, principalmente, da área de RH.
A resposta é simples, mas ainda de difícil compreensão. Bem objetivamente, as empresas e seus líderes ainda não valorizam de fato as pessoas da corporação. Um reconhecido estudo, o Leadership Quarterly publicado pela Universidade do Estado da Flórida, afirma que:
- 39% dos trabalhadores ouvidos disseram que o seu supervisor não consegue cumprir as promessas;
- 27% afirmaram que o seu supervisor também fez comentários negativos sobre eles para os outros funcionários ou gerentes;
- 24% indicaram que o seu chefe invadiu sua privacidade;
- 23% disseram que seu supervisor culpava os outros para encobrir erros pessoais ou minimizar o embaraço.
A realidade do mercado brasileiro, pela minha experiência, é também em essência muito parecida com esse estudo. Os funcionários não deixam más companhias - eles deixam, na realidade, os chefes ruins. Ou seja, comunicar efetivamente com seus empregados deve ser uma tática fundamental para a saúde da organização.
Então, qual seria enfim o pulo do gato para reter talentos?
Esta é a grande indagação do momento entre os líderes. No meu entendimento, as companhias e os grandes empresários precisam urgentemente saber identificar os pontos falhos dentro do ambiente do trabalho e da empresa, para entender porque seus profissionais buscam outras oportunidades. Muitas vezes, a resposta vem de uma pergunta bem simples: "O que está faltando aqui para você?". Daí, sim, objetivamente, pode se entender a razão da insatisfação dos seus talentos.
Encoraje, portanto, os seus profissionais a compartilhar suas preocupações e por sua vez, os líderes devem também partilhar as suas preocupações com eles. Desta forma, o diálogo efetivo acontece, favorecendo a abertura e o aumento da confiança entre todas as partes envolvidas.
Além disso, é de grande importância tratar os colaboradores de forma justa e respeitosa. Isso porque, eles são os melhores ativos da empresa e deve-se proteger e alimentá-los. Deixá-los saber o quão importante são suas contribuições para a empresa, honrar os compromissos assumidos e esclarecer quando não será possível executá-los e por qual razão. Desta maneira, cria-se um ambiente de confiança. Outro ponto, muito importante, principalmente para as novas gerações, é criar um ambiente de aprendizagem, onde o profissional sinta que pode sempre buscar e alcançar todo o seu potencial.
Quando um profissional considera trocar de emprego é porque as opções que a outra empresa está oferecendo são mais interessantes do que continuar onde estão. As preferências que fazem este profissional ir buscar de um novo caminho normalmente são: a combinação financeira e a não financeira. Daí os seguintes fatores são os mais avaliados: o clima do ambiente de trabalho e a possibilidade de crescimento profissional, entre outros benefícios.
Objetivamente, três fatores são muitos importantes para manter talentos. São eles: o alinhamento dos valores das pessoas com os valores das empresas, a autonomia de decisão e desenvolvimento, e a maestria. Quando um profissional enxerga essas vertentes dentro da empresa será muito difícil ele procurar outro emprego.
Lógico que muitas pessoas mudam de emprego por conta dos salários, mas em muitos casos este não é o fator determinante, e sim o conjunto de benefícios não financeiros junto com uma melhor qualidade de vida.
Pode parecer inacreditável, mas ainda hoje existe uma falta de senso do que é realmente um bom ambiente, de um relacionamento saudável com colegas e líderes e, principalmente, das empresas entenderem que as pessoas são também feitas de emoções. Saber, portanto, tratá-las também levando em conta este âmbito é fundamental tanto para o bom desempenho individual de cada funcionário como o coletivo.
No panorama geral as empresas e seus líderes têm dificuldades em tratar as pessoas e se sentem mais confortáveis em tratar apenas do dinheiro. Mas a partir do momento em que o profissional encontra dentro da empresa "a casa", no sentido de unir os fatores financeiros e os não financeiros, não há razão de se ir em busca de novos rumos. Este é o desafio definitivo.
Fonte: www.administradores.com.br
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