Ronaldo Cavalli, especialista em linguagem corporal, lista quais sinais podem delatar uma mentira
São Paulo – Tensão, ansiedade e nervosismo. O discurso pode até ter sido bem preparado, mas, na hora da mentira, fica difícil esconder os sinais que seu corpo passa quando está em uma situação de estresse. “A mentira é algo muito mais verbal que gestual”, explica o especialista Ronaldo Cavalli, que ministra cursos sobre linguagem corporal.
Para Cavalli, qualquer um pode treinar o olhar a ficar atento a esses sinais. Entretanto, é importante notar o contexto da situação. “Não há uma regra específica, temos de tomar cuidado com exceções”, alerta.
Confira abaixo sete sinais que podem significar que um colega de trabalho está mentindo, de acordo com o especialista:
Repare no movimento dos olhos
Quando uma pessoa discorda de você ou se lembra de algo ruim, ela tende a olhar para baixo. Quando busca uma lembrança, olha para cima e para a esquerda. Se cria imagens, o olhar vai para o alto e a esquerda. Neste último caso, ela pode estar criando uma mentira.
Outro sinal que os olhos podem oferecer é a quantidade de vezes que a pessoa pisca. Quando mente ou se sente acuada, as pessoas tendem a piscar mais.
Tempo de resposta
Ao mentir, a pessoa apresenta um tempo de resposta diferente do comum. Se a mentira é ensaiada, por exemplo, o mentiroso responde com muita velocidade. Se ele for pego de surpresa, o cérebro primeiro pensa na verdade para depois construir a história alternativa – nestes casos, ele demora mais a responder.
Assimetrias no corpo
Mentir é criar um conflito no seu cérebro. As lembranças são de um jeito e você quer expressar memórias que na realidade não existem. Na hora de contar uma versão distorcida dos fatos, o conflito interno acaba sendo exposto por uma assimetria no corpo. Um mentiroso pode, por exemplo, subir um ombro só, ou demonstrar tiques apenas do lado direito do corpo.
Necessidade de reforçar
Além de contar histórias mais simples, o mentiroso necessita reforçar os fatos. Por exemplo, em vez de falar “te liguei ontem e você não atendeu”, ele insiste: “te liguei três vezes ontem”. Ou vai mais além e fala que ligou três vezes e ainda tentou passar na casa da pessoa.
Dificuldade cronológica
Uma história inventada teve de ser decorada pelo mentiroso. Neste caso, se ele fala sobre uma sucessão de eventos, terá dificuldade em se lembrar de alguma “lembrança” fora da ordem cronológica que determinou, mesmo porque a memória não existe de fato.
Por exemplo, alguém diz que não foi ao trabalho porque ficou doente e teve de passar na farmácia, depois no hospital, depois ainda buscou o filho no colégio e, por fim, passou no banco antes de ir para casa. Uma simples pergunta como “onde você foi depois do hospital, mesmo?” pode desestruturar toda a mentira.
Saliva
O estresse gerado pelo ato de mentir também altera a produção de saliva de uma pessoa. Como resultado, o mentiroso pode sentir muita sede ou ficar engolindo saliva com maior frequência.
Mão no rosto
Um dos sinais mais claros de desconforto está em tiques corporais. Uma pessoa, quando está mentindo, sente a necessidade inconsciente de esconder parte do rosto. Assim, fique atento em seu interlocutor, caso ele comece a tocar no nariz, orelha, boca ou olhos, pode ser um sinal de que ele está mentindo.
Fonte: Revista Exame
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