Mas existe algo que vem sendo muito avaliado e é capaz de tirar um candidato do processo seletivo a uma vaga - o domínio da língua portuguesa. "Não há dúvidas de que dominar o idioma é o mínimo que se espera de um profissional", afirma a coordenadora de recrutamento e seleção da S&L Recursos Humanos, Flávia Sampaio.
Cada vez mais exigido pelas empresas, saber falar e escrever corretamente é essencial e, diferente do que muitos imaginam, não é uma habilidade necessária apenas para comunicadores, pelo contrário, dominar o próprio idioma é uma exigência para qualquer profissional. "Nós avaliamos o domínio da língua desde o primeiro contato - o currículo.
Depois disso, por telefone, prestamos muita atenção para perceber erros", completa Fávia. Ela explica que, em alguns casos, os candidatos comentem erros de concordância e falhas graves. "Toda a equipe de recrutamento e seleção é treinada para ficar atenta a esses erros que, com certeza, entram no processo de avaliação do candidato", afirma. "Não é uma questão de preconceito, mas ter propriedade ao falar e escrever é determinante para a contratação de um profissional", completa o gerente da Robert Half, Roberto Britto.
Cartão de visita
Para o gerente acadêmico da Brazilian Business School, Rafael Zappia, essa exigência das empresas acontece por um importante motivo - elas são representadas por seus profissionais e sabem que erros de português, falados ou escritos, não são bem vistos pelo mercado. "É a imagem delas que está em jogo.
Todo profissional que recebe um e-mail ou um relatório com erros de português fica com restrições à empresa que enviou", diz Zappia. "Além disso, mesmo internamente é uma situação desconfortável", continua.
Ele afirma que todos estão sujeitos a cometer erros, afinal a língua portuguesa não é uma das mais fáceis, mas há falhas que ficam gritantes. "Existem pessoas que cometem erros inadmissíveis, erros que quando batemos o olho conseguimos enxergar e isso é muito complicado para o profissional".
Em constante contato com profissionais de alto escalão, muitas vezes em busca de MBAs, Zappia afirma que mesmo nesse caso ainda há quem deixe a desejar quando o assunto é o domínio do português. "Nós exigimos que aluno tenha inglês, mas com certeza avaliamos o português em primeiro lugar.
Não adianta passar para uma segunda língua sem ter domínio sobre a primeira", alerta.
Ifluência na carreira?
Zappia diz que dominar, ou não, o português influencia muito na carreira de um profissional. "Acredito que pode influenciar de duas maneiras. Para aquele que domina o idioma e tem total propriedade sobre a língua, influencia positivamente, porque ele ganha credibilidade para falar em qualquer evento ou reunião da empresa. Já para aquele que não tem condições de colocar-se com clareza e utilizar o português de forma correta, interfere de maneira negativa, pois não é capaz de fazer bom uso da língua no fechamento de um negócio, por exemplo", considera.
E ele aconselha "O profissional que sente que está deixando a desejar nesse ponto precisa ir atrás para preencher a lacuna, não há dúvidas que é um fator determinante para o sucesso na carreira", finaliza o gerente acadêmico.
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